sábado, 21 de julho de 2007

Experiência nº 1

Ideias, pensamentos...
O transfigurar das formas...
Pensamentos que se confundem,
que me confundem, são confusos.
Minha mente está vazia,
ao mesmo tempo que jorram idéias,
idéias não muito claras, confusas.
Escuto vozes e vejo imagens difusas,
desconexas, dentro dos pensamentos.
Será que estou acordado ou é sonho?
Isso tudo é real?
[...]
NÃO, isso não é real, não é real!!
A consagração do espírito...
O desprezar daquilo que se sente...
O despertar para o dia...
O desabrochar de uma flor...
O levantar vôo de uma sabiá!!

quinta-feira, 28 de junho de 2007

"Saudações às palavras que chegam"

Para fazer esses versos, derramei muito suor,
custou muito do meu pensar, do meu sentir.
Até então vivi preso à razão,
não a razão necessária ao homem,
mas uma razão cegante, absoluta, idolatrada.

As palavras para expressar meu eu-existir-emoção
pareciam fugir, fugiram porém só nesse momento.
Quando era para falar de metafísica, do racional,
elas se ofereciam feito loucas, se abriam feito putas.
Pensei até em tentar escrever estes versos em francês,
para forçar um sentimentalismo piegas. Pardon pour moi!

Outra alternativa seria juntar várias palavras,
todas em um saco e sortiá-las, um poema-recorte...
É, admiro os dadaístas, conseguem falar do nada,
conseguem expressar-se sem escolher palavras,
conseguem mostrar sua não-angustia diante do nada.

Sim, parece que estou superando a Idade da Razão,
uma razão cognitiva e instrumental, algo mecanicista;
aproximo-me de uma maior harmonia, uma dilética,
entre uma razão humana e minhas emoções.
Queres uma prova, uma demosntração experimental??
Essas linhas aqui escritas, eis a prova!!

domingo, 10 de junho de 2007

Palavras, não mais que palavras

O vazio que até então eu sentia
parece agora se acabar,
as palavras voltam ao seu espaço
de onde nunca deviam ter saido.
O glorioso espaço no qual palavras,
não mais que palavras, são a alma do homem.

Minha seca foi grande, mas era apenas passageira,
uma gestação do que estava por vir.
O sabiá, agora, mudou seu tom,
não mais entoa em um "dó" grave e triste,
canta em um "si" provocante e faceiro.
Renasce a antiga voz.

Durante esse periodo, porém,
eu não fiquei parado, a observar o mundo perplexo.
Passei pro paixões, por lutas e derrotas,
consegui conquistas e vitórias inéditas,
todas, com certeza, foram experiências únicas.
Com tudo isso, as palavras teriam que voltar.

O tom da voz mudou, mas só o tom.
O seu objetivo contiua o mesmo
(e nunca deixará de ser).
Pois, é buscando novas vias,
alternativas que existem,
que se luta por mudanças.

domingo, 27 de maio de 2007

"Se os tubarões fossem homens..."


" 'Se os tubarões fossem homens', perguntou ao senhor K. a filha da sua senhoria. 'Eles seriam mais amaveis com os peixinhos?' 'Certamente', disse ele. 'Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre agua fresca e tomariam toda especie de medidas sanitarias. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, então lhe fariam imediatamente um curativo, para que ele não morresseantes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquaticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor que os tristes.Naturalmente, haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiamcomo nadar para as goelas dos tubarões. Prescisariam saber geografia, por exemplo, paralocalizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar. O mais importantesaria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinhoque se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que esse futuro só estaria asseguradose estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar toda inclinação baixa,materialista, egoísta e subversiva, e avisar imediatamente os tubarões, se um dentre eles mostrasse tais tendencias. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariamguerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos e lhe ensinar que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, eles iriamproclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em linguas diferentes e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros inimigos que silenciam em outra lingua, seria condecoradocom uma pequena medalha de sargaço e receberia o título de heroi. Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria arte entre eles. Haveria belos quadros,representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarõese a música seria tão bela que a seus acordes todos os peixinhos, com a orquestra na frente, sonhando, embalados nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões. Tambem não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeiravida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Alem disso, se os tubarões fossem homens tambem acabaria a ideia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles poderiam inclusivecomer os menores. Isto seria agradavel para os tubarões, pois eles teriam, com maiorfrequencia, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores, detentores de cargos, cuidariamda ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens.' "

BERTOLD BRECHT - HISTÓRIAS DO SR. KEUNER

domingo, 6 de maio de 2007

"Momentos antes do suspiro"


O telefone toca, insiste uma, duas, três vezes,
eu corro para atender, pensando que é ela,
estou ansioso, meu coração dispara, enlouquece.
Há tempos sonhava escutar novamente sua voz,
lembrar dos velhos sussurros ao pé do ouvido.

Ela, que está longe,estaria agora tão perto de mim,
o percurso para chegar ao telefone parece não ter fim,
cada toque dura uma eternidade, a saudade, porém, me cansa.
O seu beijo, sim, a lembrança de seu beijo me consome,
os seus apertos e abraços ainda me sufocam; o seu calor, atordoa.

Eu, feito criança, penso em chegar junto, nervoso, temeroso,
lembro da primeira vez que nos vimos, ela, ali, encantadora.
Minhas mãos repousam agora sobre o telefone, logo penso:
"Será que ela tem alguma surpresa ou apenas quer se distrair?"

Alguns segundos pareciam horas sem fim, eternos.
Eis aí a magia do cotidiano: pequenos fatos, aparentemente,
porém cheios de ilusões, tornam-se universais e derradeiros.
O canto do sabiá também pode soar como uma serena balada.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

"Sussurros do céu, choros da terra"

Céu cinzento, repleto de brumas, eis um dia chuvoso,
uma boa oportunidade de ficar em casa, refugiado.
Isso, porém, é para poucos: o homem-máquina não o pode,
tem que estar na rua, trabalhando, mesmo com o céu caindo,
em busca do seu salario, do seu existir, do seu viver.

Eu, na minha condição de burguês, desfruto do calor do lar,
aproveito para escutar um samba antigo e ler um bom livro.
Enquanto escrevo essas linhas, olhando lágrimas caírem,
lembro-me do meu amor, distante de mim, tão longe,
e com esse distanciar, ponho-me a tremer de frio.

Escuto lá fora ruídos da cidade, que se move sem parar,
mesmo com rios a se formar pelas suas ruas e avenidas,
mesmo com homens a gritar ao verem seus barracos sumirem
em meio a um mar de lama e agora repousarem de baixo do morro.
A cidade não para, sempre há engrenagens para substituir
[as desgastadas.

Se essa mesma tempestade caísse no sertão, seria diferente,
com as primeiras gotas, os sabiás se colocariam a cantar,
anunciando boas novas: a chegada da nova estação, da esperança.
É na cidade, contudo, que ela se esgota, se espreme,
assim como essas linhas, e caem, caem pesadas no asfalto frio.

Um dia chuvoso, parece ser um simples desabar de pingos,
mas envolve uma multiplicidade de existências, afeta a tudo
[e a todos.
Faz-me lembrar a falta do calor de seu seio, faz-me rir e chorar,
nas batidas de um samba e nas batidas das estacas,
marcadas a suor e sangue das formiguinhas-operários, lá em baixo.

sábado, 21 de abril de 2007

"Enquanto isso em um parque qualquer..."

Um banco, nos campos do parque, não é um simples banco,
não é só um amontoado de madeira, ele representa algo mais.
Pode ser o lugar preferido de alguem ler um livro
ou um belo local para assistir ao derradeiro por-do-sol.

Sim, tenho certeza, esse banco foi cúmplice,
cúmplice de uma longa conversa sobre política,
na qual seus interlocutores discutiam a revolução,
esses também falavam sobre melhores dias que estão por vir.
Pode, ainda, ter sido uma simples conversa sobre mulheres,
analisando seus trejeitos, seus modos únicos de vir-a-ser,
a importância dessas existirem, afinal sem elas não existiria
[o homem.

Tal banco presenciou, também, falações enamoradas
entre cúmplices de um mesmo amor, que ficaram,
se prolongaram por toda tarde em um chamego gostoso,
de sussurros e abraços, de apertos e beijos.
Para o banco, e para os amantes, o tempo, ali,
com toda sua pressa de existir, se arrastava pela eternidade.

Mas se você pensar que naquele parque não há somente um banco,
e sim dezenas de bancos, percebemos a multiplicidade,
a riqueza, de conflitos, de reações, de existências no mundo.
Embaixo de cada àrvore daqueles campos, novas melodias, únicas,
eram compostas, novos versos eram escritos, ou ainda mais:
novos amores e novas maneiras de ver o mundo surgiam.

sábado, 31 de março de 2007

"Cobras da Noite"

(Em homenagem ao companheiro Denis, que me encomendou essas linhas, em uma de nossas jornadas pelas noites suburbanas.)

Ai de ti que me olhas com esses olhos de cão manco,
não te achas em nenhuma das faces as quais te observam,
perdido vagas pela noite, errante, sem destino, sem esperança.
Não sabes onde estais, se existes, apenas vives dia após dia.

Vejo fumaça diante de mim, parecem cobras a dançar,
uma dança louca, uma dança convitativa ao turpor.
Essa fumaça sai de mim, sai de ti, sai de nós,
como companheiros da noite, entretemo-nos em liberar cobras.

O barulho do bar não nos deixa libertar nossas mentes,
apenas existem olhos a observar, cães a latir.
Ai de nós que perdemos nosso tempo em soluçar bobagens,
porém são bobagens de uma vida boba, uma morte e vida viciada.

É, admito, cada momento é único, cada fumaça é única.
Logo, passar a noite entorpecido pelas ruas é único,
são locuras para ti, um homem careta, mas para mim,
um simples louco errante, é a arte de viver,
é a tragédia que é viver; e essa tragédia tão louca,
que de tanto amor, ela fere e cansa.

domingo, 11 de março de 2007

"Perdido, mas ainda cantante"

Estou perdido em trevas de pensamento,
algo confuso a minha pessoa, ao meu ser,
tão errante em uma vida convencionada real,
dita por alguns ideal, ou melhor, rica de prazeres.

Perdido em um som delirante, emito opiniões,
saberes desnecessários a uma pessoa qualquer.
Queria ser alguem simples, sem complicações,
ou até vazio, mas nao, sou complicado por natureza.

Tenho paixoes, emoções, convenções de sentimento,
estes ditos ideais, em vez de reais ou materias.
O ser nao é uma questão metáfisica, porém uma paixão,
uma necessidade de se encontrar no vazio desse meio,
tão físico ou real, depende de sua opinião ou melodia.

Ventos veludos, uivantes, cantantes, cativantes,
enfim, sofridos, frutos de um alma perdida, sem porto,
sem algo que se segure, somente o ébrio da noite eterna.
Estes vagam pelo infinito da existência dos senhores,
que mais uma vez tambem estão perdidos em aparências.

Eis uma sabiá a voar, perdido na imensidão da realidade,
já confundida por alguns em virtual ou imaginária.
Imagens essas impostas ao meu ser, contudo não aceitas,
uma vez que em meu silêncio grito na escuridão vazia:
as flores da aparência ainda murcharão, ainda morrerão
diante da luz forte dos espíritos que se libertam,
tal liberdade ainda aflita, mas já certeira.

Não tenhas medo deste poeta impulsivo, confuso,
ou melhor, pós-moderno, ainda no real derradeiro.
As trevas transformaram-se em luz, ja que o novo,
ultrapassando o velho tão conservado, sempre vem,
vem comum a todos, amarelos, azuis, vermelhos,roxos,
de todas as melodias loucas do movimento velado.
Esse movimento é interativo, é contestado, é ,assim,
imoral, utópico, de todos os modos prevalece vivente.

sábado, 3 de março de 2007

" Elógio ao real "


Tenho medo de me envolver com essa flor,
arranhar-me em seus espinhos,
entorpecer-me em seu nectar,
me perder em suas folhas, ou até mais:
perder-me a mim mesmo e não conseguir mais
ler meus sentimentos, meus desejos, meus sonhos.


Essa flor que vos apresento, não é uma simples flor,
ela pode ser qualquer ente ou coisa que te rodeia,
qualquer coisa que te tenha, que te roube a mente,
qualquer coisa que te prenda, ela pode ser desse mundo
[ou de outros,
pode ser de qualquer hiper-realidade, de uma macro-realidade,
de uma pseudo-realdiade, de um espetáculo-construída-realidade.

Porém algo é certo: essa flor irá te afastar de tudo, de todos,
de teu mundo, do mundo do outro, irá afastar do mundo-nosso.
Irá te prender em um real-espetacular, em um novo mundo,
em que o importante não é "ser", muito menos "ter",
mas algo mais fascinante: "parecer" - a ditaduta das imagens!!

Não penses que estou louco, nem em ébrio,
até porque não há diferença entre o louco e o "normal",
eles apenas têm diferentes pontos de vista, vêem tudo
ao seu redor com outros olhos, um tem a sua visão
normalizada socialmente, de maneira que as outras são delírios.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

" Versos de uma noite sem luar"


Eu grito; acho, porém, que ninguem os esculta,
me vejo mergulhado em um mar de trevas,
estou em meio a escuridão,
há uma luz lá no alto, mas está longe.
Os ecos do meu grito, são fracos,
mais parecem um choro de recem-nascido,
não sabem porque existem.

Escuto outras vozes, outros ruídos, outros suspiros,
não os entendo, parecem abafados por um vento sufocante.
De repente um estrondo, um estalo, uma voz lá longe,
não é nada, apenas outras vidas perdidas na noite.

Todo poeta, antes de tudo, é um fingidor,
finge dores, angustias, alegrias, desesperos
que até pode sentir, contudo tu que escutas,
não sentes, não ves, apenas ver a palavra, o simbolo,
que está ali carregando aquela ideia, aquele sentimento.

Libertai-vos espiritos livres, usem de sua juventude,
esqueçam a noite, os gritos, as vozes, os susurros.
Busquem a liberdade, não a liberdade dos presos,
dos imbecis, dos puros, mas a liberdade do existir,
a liberdade independente da essência ou das imagens.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

"Vozes"



Nada irá calar minha voz !!
Voz que vem sem avisar, voz que me mostra,
voz da inspiração, voz do meu interior.
Ela entoa pelo ar como o canto dos passaros,
bela, límpida, perfeita, ao cantar a vida.

Não! não estou aqui para ficar passivo, calado,
estou aqui para cantar tudo o que me rodeia,
tudo o que me cerca, com todas suas imperfeições,
com toda sua beleza de existir, mesmo que o existir
signifique ser imperfeito, errado, exagerado.

Outras vozes tem o direito de também cantar,
umas entoam cantos desesperados, amordaçados,
cantos sombrios de angústia e desprazer com a vida;
já outros, que também percebem como o mundo está
[em crise,
não entram em crise, não querem fugir dele,
mas sim cantam a sua mudança, a sua superação.
Cantam, sim, o novo, o que está por vir.

Vozes que gritam, vozes que calam, vozes que são caladas,
vozes que sentem, vozes que iludem, vozes que mudam,
vozes que cantam o antigo, vozes que trazem o novo,
mesmo que o novo não seje bom para todos.
O mundo está repleto de vozes, mas até quando todas elas
estaram em desarmonia, umas mais altas que outras??

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Prólogo (ainda sussurros, contudo já ruidosos)


Venho aqui a este local deixar marcas do meu vir-a-ser, das minhas ideias, dos meus ideais, leituras de um mundo em crise, um mundo sem identidade, um mundo em seu explendor, um mundo em epopeias - PRESTO!!

Começo minha longa jornada com alguns relatos de um cotidiano - para alguns normal - porém com suas fantasias, com toda sua magia, tão cheio de aparências. Tento, no entanto, tirar a essência das coisas, busco aquilo que está por trás das imagens. É uma aventura metafísica, eu sei, posso ser criticado por alguns materialistas os quais pensam que a realidade está ai nua e crua como se percebe com os sentidos.

Calma, caros camaradas, não sou um pessimista, nem quero fugir do real, luto também por uma "filosofia da praxis", vivo-o a cada dia, em uma intensa dialética . Sim, eu acredito na construção de uma sociedade melhor, mais justa, sem a ditadura do capital e das mercadorias, superando suas contradições; luto, pois, por isso - tornar derradeira essa sociedade de espetáculos, acabar com a hegemonia do "eu" e transformá-lo em ''nós''. A revolução, porém, inicia-se dentro de cada de nós, não é algo exterior, afastado e alheio, ela não necessita de líderes ou herois - isso é para os bobos que prescisam de mitos pra se inspirar - prescisa de vontade para mudar, de varias vozes reunidas em um mesmo canto comum, mesmo que em notas diferentes - e não reformar - já que nada é eterno, imutavel, a mudança sempre vem, pois a vida é uma roda-viva e leva a saudade pra lá ... e o mundo rouda em um instante, nas voltas de um pião .

Desse modo termino aqui essa breve introdução, espero que, aos poucos, outros sabiás - que apenas ainda assoviam, mas que sabem também entoar belos cantos - se reunam a este ainda sozinho, recém desgarrado, já que, um dia, os galhos da árvore iram se romper e uma imensa revoada tomará os ceus desse mundo a ponto de bloquear o sol, escurecendo o dia (pelo menos o que se acha que é dia) e aí, caro camarada, ecoará pelos ceus um canto-conjunto, que pela pluralidade se tornará uno, este terá a harmonia de uma bela sinfônia feita a dedo e suor, com o trabalho de cada dia.