quinta-feira, 28 de junho de 2007

"Saudações às palavras que chegam"

Para fazer esses versos, derramei muito suor,
custou muito do meu pensar, do meu sentir.
Até então vivi preso à razão,
não a razão necessária ao homem,
mas uma razão cegante, absoluta, idolatrada.

As palavras para expressar meu eu-existir-emoção
pareciam fugir, fugiram porém só nesse momento.
Quando era para falar de metafísica, do racional,
elas se ofereciam feito loucas, se abriam feito putas.
Pensei até em tentar escrever estes versos em francês,
para forçar um sentimentalismo piegas. Pardon pour moi!

Outra alternativa seria juntar várias palavras,
todas em um saco e sortiá-las, um poema-recorte...
É, admiro os dadaístas, conseguem falar do nada,
conseguem expressar-se sem escolher palavras,
conseguem mostrar sua não-angustia diante do nada.

Sim, parece que estou superando a Idade da Razão,
uma razão cognitiva e instrumental, algo mecanicista;
aproximo-me de uma maior harmonia, uma dilética,
entre uma razão humana e minhas emoções.
Queres uma prova, uma demosntração experimental??
Essas linhas aqui escritas, eis a prova!!

domingo, 10 de junho de 2007

Palavras, não mais que palavras

O vazio que até então eu sentia
parece agora se acabar,
as palavras voltam ao seu espaço
de onde nunca deviam ter saido.
O glorioso espaço no qual palavras,
não mais que palavras, são a alma do homem.

Minha seca foi grande, mas era apenas passageira,
uma gestação do que estava por vir.
O sabiá, agora, mudou seu tom,
não mais entoa em um "dó" grave e triste,
canta em um "si" provocante e faceiro.
Renasce a antiga voz.

Durante esse periodo, porém,
eu não fiquei parado, a observar o mundo perplexo.
Passei pro paixões, por lutas e derrotas,
consegui conquistas e vitórias inéditas,
todas, com certeza, foram experiências únicas.
Com tudo isso, as palavras teriam que voltar.

O tom da voz mudou, mas só o tom.
O seu objetivo contiua o mesmo
(e nunca deixará de ser).
Pois, é buscando novas vias,
alternativas que existem,
que se luta por mudanças.