Para fazer esses versos, derramei muito suor,custou muito do meu pensar, do meu sentir.
Até então vivi preso à razão,
não a razão necessária ao homem,
mas uma razão cegante, absoluta, idolatrada.
As palavras para expressar meu eu-existir-emoção
pareciam fugir, fugiram porém só nesse momento.
Quando era para falar de metafísica, do racional,
elas se ofereciam feito loucas, se abriam feito putas.
Pensei até em tentar escrever estes versos em francês,
para forçar um sentimentalismo piegas. Pardon pour moi!
Outra alternativa seria juntar várias palavras,
todas em um saco e sortiá-las, um poema-recorte...
É, admiro os dadaístas, conseguem falar do nada,
conseguem expressar-se sem escolher palavras,
conseguem mostrar sua não-angustia diante do nada.
Sim, parece que estou superando a Idade da Razão,
uma razão cognitiva e instrumental, algo mecanicista;
aproximo-me de uma maior harmonia, uma dilética,
entre uma razão humana e minhas emoções.
Queres uma prova, uma demosntração experimental??
Essas linhas aqui escritas, eis a prova!!
